Reflexões sobre Arquitetura, Urbanismo e Sociedade

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São Paulo, Capital, Brazil
Arquiteto CREA5062025943 Docente do Curso Técnico de Design de Interiores do SENAC-São Paulo

domingo, 31 de janeiro de 2010

Relevo Decorativo Temático




O jovem proprietário tinha interesse em algo diferente na parede do seu quarto. Devido ao seu grande interesse por Paleontologia e principalmente dinossauros, foi proposto algo diferente para sua parede: Um relevo que sugerisse um fóssil incrustado. O jovem foi responsável por encontrar uma espécie que o interessasse para servir de modelo para a realização do relevo. Para execução, utilizou-se apenas massa corrida criando o relevo que ficou na mesma cor das demais paredes para não sobrecarregar visualmente o ambiente que já possui várias miniaturas e livros.
A imagem sugerida pelo proprietário foi de um fóssil da espécie conhecida por Coelophysis

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Alagamentos: Desrespeito às Diretrizes Urbanas.

São Paulo tem sido, cada vez mais, alvo de inúmeros casos de alagamentos, desabamentos e até mesmo mortes causadas pelas fortes chuvas de verão. As pessoas perdem diversas horas no trânsito, perdem suas moradias, e muitas vezes suas vidas devido toda a água que o asfalto e cimento não deixa fluir ou absorver. Nos noticiários as pessoas sempre culpam o governo, a prefeitura, ou qualquer outro elemento que remeta à ordem pública pelo descaso para com a situação, ou então se frustram em saber que não se pode controlar o clima e conseqüentemente não se pode impedir que chova. Mas podemos nos perguntar: Por quê em alguns pontos tais problemas de alagamento não existem? Por que nem todas as casas desabam ou são soterradas por barrancos? Será que o poder público é o único responsável por todo o caos encontrado nas cidades nessas épocas?

Questões como esta, fogem do âmbito político. Na verdade trata-se de um aglomerado de problemas de ordem financeira, cultural, política e por fim ambiental. Deixando de lado as minúcias da política e das finanças, o objetivo desse post é informar sobre as questões urbanas, arquitetônicas e culturais. Diante disso vamos à elas:

Em São Paulo, assim como em todas as cidades existe um Plano Diretor e Leis de Zoneamento, que coordenam o crescimento das cidades regulamentando os tipos e formas de construções e ocupações. Tais regimentos possuem fundamentos ambientais que estão de acordo estudos científicos , geológicos e ambientais e não são ditados a esmo. Quando existe um crescimento desordenado das ocupações humanas, falta de planejamento urbano e ocupação irregular do solo, ou seja, construções onde não sem podem construir, o impacto ambiental reflete em diversas situações como nos alagamentos que tanto nos preocupa.

Segundo essas normativas existem ares que podem ser ocupadas somente por casas( uso residencial), áreas que podem ser ocupadas por comércios ( uso comercial) , áreas que podem ter os dois tipos de construções ( uso misto) , áreas que devem ter sua vegetação preservada, (áreas de proteção ambiental) e áreas que não se pode construir absolutamente nada (áreas de proteção permanente) entre outras. O objetivo dessa distinção é organizar a região de tal forma que a ocupação humana não tenha um impacto ambiental extremamente negativo pois do contrário todo o conjunto pode ter sua salubridade comprometida.

Alguns exemplos de problemas urbanos causados por desrespeito a diretrizes urbanas:

• Segundo o plano diretor, de acordo como tipo de zona, exige-se uma porcentagem mínima de área permeável no lote, com o objetivo de ajudar na absorção das águas pluviais. Porém é muito comum encontrarmos casas com quintais extensos totalmente cobertos por revestimentos impermeáveis. Com isso, a água não drenada naturalmente escoa para os receptores de águas pluviais não projetados para essa vazão “irregular”.

• Margens de rios, córregos e cursos d´água são consideradas áreas de Proteção Permanente, não podendo ser ocupadas, com recuos mínimos definidos pelos planos diretores das cidades, justamente para respeitar as cheias desses locais. A partir do momento em que são construídas edificações nesses locais, as cheias não cessarão ou seja, invadirão qualquer coisa que estiver em sua área de alcance.

• Não se deve edificar em terrenos com inclinação superior a 30%. As habitações irregulares estão sujeiras a desmoronamentos causados por erosões, principalmente em épocas de chuvas que fazem uma verdadeira “lavagem” do solo, levando com elas a terra que sustenta as edificações.

Outro grande problema cultural que reflete diretamente na vazão de águas pluviais está relacionado ao lixo jogado nas ruas, entulhos espalhados e detritos deixados em córregos. Tais elementos são levados pelas enxurradas que entopem os encanamentos urbanos impossibilitado que a água escoe e causando alagamentos.

Em suma, o morador da cidade é mais ativo no problema do que ele pode (ou quer) perceber e uma mudança de postura é essencial para que possamos resolver ou minimizar muitos dos problemas de que somos vítimas.

A consciência é o primeiro passo, um planejamento urbano condizente com a realidade da cidade é o próximo. Mas se cada um não fizer a sua parte, de nada adiantará apenas cobrar.

Links:

Zoneamento de São Paulo:
• http://www.prodam.sp.gov.br/sempla/zone.htm

Plano diretor de São Paulo
• http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/planejamento/plano_diretor/0001

Áreas de proteção ambiental
•http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./snuc/index.html&conteudo=./snuc/snuc6.html

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Regra número um: A base do Projeto é o Cliente, não o Arquiteto.

Antes de começar um projeto, seja ele arquitetônico ou urbanístico, muitas pesquisas devem ser realizadas, tanto no âmbito legal quanto no técnico, para que não haja problemas como embargo, interdição ou até mesmo má qualidade do serviço em relação à ergonomia, conforto e diversos outros elementos arquitetônicos. Essas pesquisas vão desde normas técnicas, leis e diretrizes urbanas chegando à questões sobre ventilação, acústica e sustentabilidade entre outras: porém, um elemento primordial muitas vezes é deixado de lado: o cliente, seus conceitos, valores e expectativas.
Existem muitos projetos bem(?) elaborados tecnicamente, porém pecam por não atender as reais exigências dos clientes. Do que vale uma proposta de uma bela e espaçosa sala de estar, com vários ambientes, que acomodam mais de 20 pessoas em recepções, para uma pessoa que não gosta de receber convidados e amigos? Situações como estas, embora pareçam impossíveis de acontecer, acontecem; abalando a imagem do profissional, pois a repercursão de um projeto mal elaborado pode ser desastrosa, principalmente no que se refere à NECESSIDADE de se contratar alguém, que no final das contas, não serviu aos seus própósitos. Cria-se a imagem da Arquitetura como algo luxuoso e dispensável, o que na verdade não é. Essa imagem de serviço dispensável é comum, e muitas vezes nos deparamos com uma situação bem comum: " Ah, você é arquiteto? Que legal. Me dá uma dica para melhorar minha sala.(...) Ah mas não acredito que vai me cobrar só para me dar uma idéia do que fazer!!!!!!!" Aquele que nunca passou por essa situação atire a primeira pedra.
Outro tópico importante se refere a não impor elementos e estilos aos clientes. A plástica e partido que o arquiteto produz deve ter afinidade com a natureza do cliente e do produto que será realizado. Impor um elemento que esteja totalmente paralelo à expectatica pode trazer grades frustrações. Pode ser bom para o portifólio visual do profissional, mas péssimo para a reputação. Se um cliente tem expectativas plásticas extremamente diferentes do que o arquiteto esta´ ligado, talvez seja interessante rever as propostas apresentadas para que possam atender essas necessidades. Ou então direcionar á outro profissional que tenha essa afinidade com as expectativas do cliente.
Para aqueles que procuram um arquiteto, converse muito sobre seu estilo e sua forma de projetar, peça para ver suas obras, sejam elas construidas ou apenas em pranchas para que se tenha noção exata sobre os elementos que ele costuma utilizar e se as formas normalmente propostas estão em acordo com o que se idealiza para o projeto vindouro.